Levantamento concluído neste mês revela que 31% dos funcionários estão acomodados no emprego. O estudo, que define esses profissionais como “inefetivos”, foi feito com 261 mil trabalhadores de 85 empresas de todos os setores – indústrias de base e de transformação, serviços e terceiro setor. No levamento de julho, o porcentual de “inefetivos” era de 33% num universo de 154 mil colaboradores de 41 empresas.
Antes da acomodação, no entanto, esses profissionais enfrentam a frustração. O levantamento mostra que 14% dos funcionários se sentem frustrados, ou seja, consideram-se altamente engajados com a empresa, mas entendem que não têm suporte para ser mais produtivos. “Normalmente, esse estágio antecede a acomodação”.
A desmotivação é apontada por especialistas como o gatilho que empurra o profissional para a acomodação, detectada em todas as áreas, níveis hierárquicos e idades. Em muitos casos, a organização não oferece possibilidades de crescimento. E o retorno, inclusive financeiro, não é o esperado pelo funcionário, que começa a ficar desestimulado.
Ao identificar um profissional acomodado, o gestor tem como reverter a situação. “Deve, por exemplo, propor mudança de área”. A empresa também pode contribuir por meio de algumas ações, como comunicar com transparência os rumos do negócio, passar visão otimista à equipe e oferecer autonomia aos funcionários.
A solução, porém, está nas mãos do profissional. Jogar a culpa e a responsabilidade na empresa não é a melhor saída. O trabalhador precisa primeiro se perguntar o que pode fazer para mudar o quadro. Ele deve verificar se está defasado ou se precisa de capacitação.
O Estado de S. Paulo